segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Arqueologia: preservação da história
PCH Pontal do Prata cumpre Lei que determina estudo de área antes da instalação de obra

Por Tássia Fernandes (jornalista)


A sociedade está em constante evolução. Mudanças de hábitos e de comportamento acontecem frequentemente e, junto com elas, vêm as mudanças materiais. A cada ano os designs inovam na elaboração das peças de decoração. A cada estação surge um estilo diferente de roupa. A cada mês aparelhos eletrônicos são redesenhados e reconfigurados, e assim por diante.

Como as mudanças acontecem em um ritmo muito acelerado é preciso registrá-las, para que as gerações futuras saibam como chegaram onde estão e tenham conhecimento de como viveram seus antepassados. Porém, nem sempre foi assim. Várias sociedades antigas desapareceram, sem deixar registros sobre sua história e, para conhecê-la, dependemos de pesquisadores, como antropólogos e arqueólogos, que realizam expedições e escavações nas mais variadas áreas, em busca de vestígios que possam trazer alguma informação sobre os seres primitivos e sobre como eles viviam.

Tais vestígios nem sempre estão na superfície e, às vezes, podem ser encontrados a metros dela. Por isso, sempre que uma grande obra vai ser construída, dentre os pré-requisitos para que a mesma seja liberada, está a realização de um estudo da área, para identificar se não há vestígios, como restos de vasilhames, por exemplo, que indiquem a presença de sociedades antigas no local.

No Brasil, as peças encontradas, denominadas bens arqueológicos, são consideradas bens da União e são protegidas pela Lei 3.924/61, que obriga seu estudo, antes que qualquer obra possa vir a danificá-las. A portaria nº 230/02 de 17 de dezembro de 2002, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), também defende os bens arqueológicos, compatibilizando as fases de obtenção de licenças ambientais, para instalação e operação da obra, com estudos preventivos do patrimônio arqueológico e cultural brasileiro.

Para que as obras de construção da Pequena Central Hidrelétrica Pontal do Prata fossem liberadas, o Grupo Rialma, responsável pela mesma, cumpriu todos os procedimentos necessários, que se subdividem em: diagnóstico, levantamento e resgate arqueológico. A PCH está sendo construída em Goiás, no município de Aporé.

Segundo o Gerente Ambiental da PCH, engenheiro ambiental Thiago Duarte, a realização correta dos procedimentos é importante para cumprir com a Lei e, principalmente, porque, por meio deles, é possível garantir a preservação da nossa história, caso haja algum vestígio que indique a presença de seres humanos no local.

De acordo com a bióloga Thais Paiva, as prospecções realizadas na área da PCH não revelaram a ocorrência de sítio arqueológico no local. O relatório final do levantamento deve ficar pronto ainda em outubro. Para mostrar a importância da preservação dos bens arqueológicos, a Rialma promoveu palestra sobre o assunto para os operários da obra e também para alunos do Colégio Estadual Dom Abel, em Serranópolis, município que faz divisa com Aporé.

Thais, que ministrou a palestra, afirma que é importante que as pessoas tenham alguns cuidados para evitar a destruição de sítios arqueológicos. “Não devem cavar ou mexer na terra, nem acampar ou fazer fogueiras na área do sítio. Também não é permitido tocar ou retocar pinturas e gravuras rupestres, deixar marcas nas paredes, jogar lixo no sítio arqueológico, alterar a dispersão dos objetos existentes no local, ou estacionar carros e motos na área do sítio”, alerta.










2ª Campanha de Monitoramento da Fauna


Com o objetivo de minimizar os impactos ambientais causados pela implantação da PCH Pontal do Prata, no município de Aporé/GO, está sendo realizada, neste mês de novembro, a segunda Campanha de Monitoramento da Fauna. A primeira campanha foi realizada em Julho deste ano. As campanhas são realizadas durante o período de pré-enchimento do reservatório da PCH, como descrito no Projeto Básico Ambiental.
De acordo com o biólogo Fagner Correia D’arc, a partir do monitoramento é possível levantar dados a respeito das diferentes espécies, para que sejam elaboradas ações consideradas mitigadoras de eventuais impactos.
Durante a primeira campanha de monitoramento foram registrados 705 indivíduos, distribuídos em 136 espécies de vertebrados (648 registros) e 16 espécies de insetos vetores (57 registros). Com a conclusão da segunda Campanha de Monitoramento da Fauna será possível identificar se novas espécies foram encontradas no local.
Por meio do trabalho é possível conhecer a fauna local e identificar espécies que ocorrem somente em uma determinada localidade, espécies ameaçadas de extinção e também aquelas utilizadas como indicadores de qualidade ambiental, o que, para o biólogo Fagner, são fatores cruciais para elaboração de estratégias de manejo e conservação da fauna.


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PCH Pontal do Prata realiza 2ª Campanha de Monitoramento da Fauna

Por Tássia Fernandes (jornalista)


Conhecer as espécies da fauna presentes em um determinado ambiente é pré-requisito para a elaboração de estratégias que possam preservá-las. Por isso, com o objetivo de prevenir e reduzir os impactos ambientais causados pela implantação da PCH Pontal doPrata, no município de Aporé/GO, está sendo realizada, neste mês de novembro, a segunda Campanha de Monitoramento da Fauna.

“O monitoramento tem o objetivo de analisar o comportamento das assembléias da ictiofauna, vertebrados terrestres e da entomofauna vetora, na área de influência da PCH Pontal do Prata, a fim de levantar dados para subsidiar ações de manejo direcionadas às espécies diretamente afetadas pela implantação do empreendimento”, explica Fagner Correia D'arc, biólogo e coordenador de estudos de campo.

De acordo com ele, o objetivo do trabalho tem sido alcançado, pois, à medida que vão ocorrendo as campanhas de monitoramento, é possível obter uma quantidade de dados suficientes a respeito das espécies, para que sejam elaboradas ações consideradas mitigadores dos eventuais impactos.

A primeira Campanha de Monitoramento da Faunafoi realizada durante o período de pré-enchimento do reservatório da PCH. Para a obtenção das informações sobre as espécies, foram realizadas amostragens com a utilização de armadilhas específicas para cada grupo de vertebrados, busca ativa de animais vivos ou de vestígios, como abrigos, pegadas, fezes e carcaças. “Também foram realizadas entrevistas com moradores que vivem próximo às áreas do empreendimento, além de estudos e levantamentos literários em artigos, livros e relatórios”, pontua Fagner.

Durante a primeira campanha de monitoramento foram registrados 705 indivíduos, distribuídos em 136 espécies de vertebrados (648 registros) e 16 espécies de insetos vetores (57 registros).



Fagner destaca que a maioria dos animais foi identificada no próprio campo. Porém, alguns deles foram levados até laboratórios, para que pudesse ser realizada uma análise mais criteriosa. “Depois, foram soltos no mesmo local em que foram capturados ou em áreas próximas, em condições sanitárias adequadas para a sua sobrevivência”.

Ele esclarece que a subtração de alguns exemplares só é realizada para aproveitamento científico ou para diagnóstico sanitário, como no caso dos morcegos hematófagos, para estudo da raiva. Os animais coletados são destinados às coleções zoológicas da Universidade Federal de Goiás ou do Centro Universitário de Goiás UNI-Anhanguera.

“O trabalho permite conhecer a fauna local e sua dinâmica populacional, apontando espécies de alta relevância ecológica, como as endêmicas, que ocorrem somente em uma determinada localidade; espécies ameaçadas de extinção e também as que são utilizadas como indicadores da qualidade ambiental, fatores cruciais para elaboração de estratégias de manejo e conservação da fauna presente”, esclarece Fagner.

Com a conclusão da segunda Campanha de Monitoramento da Fauna será possível identificar se novas espécies foram encontradas no local.



Antilophia galeata_Soldadinho




Biólgo manejando morcego capturado em uma área da PCH Pontal do Prata




Bióloga instalando rede para captura de peixes no rio da Prata



Bióloga realizando captura de mosquitos vetores



Bióloga realizando montagem de armadilha fotográfica



Biólogo observando aves



Coleta Noturna



Gracilinanus agilis_Cuíca capturada em uma área de influência da PCH Pontal do Prata



Hypsiboas albopunctatus_perereca



Myrmecophaga tridactyla_Tamanduá-Bandeira



Platyrrhinus lineatus _Morcego frugívoro capturado




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