quinta-feira, 29 de março de 2012

ARTIGO DE OPINIÃO

Pettersen Filho


1964: A REVOLUÇÃO NOSSA DE CADA DIA...

     Tema recorrente, sempre que as Águas de Março anunciam o Fim do Verão, como bem o diria o Poeta, a cada 31 de Março, Dia do “Golpe Militar” de 1964, como o chamam os Constitucionalistas, que defendem a vigência da Ordem Democrática, ou, “Revolução”, como preferem chamá-lo seus Mentores, tal acometimento, no entanto, desperta ainda paixões, bem como discussões acaloradas...
     Página jamais, completamente, virada na História Recente Tupiniquim, muito embora decorrido quase Meio Século, desde então, há os que ainda se pautam pelo Revanchismo, diante do Tema, a despeito da existência de uma Mal Remendada Anistia Política, em que os “Crimes” supostamente cometidos no Período foram anistiados.
     Especialmente apimentado, o transcurso da atual data, 31 de Março de 2012, com recente “Manifesto” de alguns Militares de “Pijama”, da Reserva das Armas, via Clube Militar, em que questionam a própria Autoridade da Presidente da República, trás a baila fatos já decorridos, ainda nos chamados “ Anos de Chumbo”, como a eles se referem os que praticaram a “Oposição” Armada ao Regime, ou, “Anos de Troca de Chumbo”, como o denominam os que Prenderam e Torturaram, em nome do “Estado”, durante o Período, quando a Ordem Constitucional foi subitamente suprimida, dando azo a um Regime Brutal, e Antidemocrático, no qual as “Liberdades” foram confiscadas pelo Estado Brasileiro, cerceados o Direito de Opinião,e, mesmo, o de Ir e Vir.
     Época lacônica, em que “Pais choraram, Filhos choraram, Mães choraram”, e a Todos eles assistia Razão, o atual 31 de Março, na eminência de ser, por uns, Comemorado, por outros, Amaldiçoado, dependendo da ótica que se o olhe, trás como agravante a Recém Criada “Comissão da Verdade”, realização ultima do Governo Dilma Roussef, então, naqueles dias nebulosos da dita “Revolução”, integrante de um dos Movimentos de Resistência, cujo nome na clandestinidade “Vilma”, teria participado ativamente de “Assaltos” e de “Ações Armadas” contra o Estado, incluindo-se, ainda, “Breve” passagem pelo Cárcere, num dos “Porões da Ditadura”, ora, Pós-abertura Política, assentada confortavelmente na Cadeira de Presidente da República, constitucionalmente eleita, em tese, “Chefe Supremo das Forças Armadas Brasileiras”, que lhe devem Obediência e Hierarquia, as mesmas “Forças” de quem, um dia, foi Refém, e contra quem empunhou armas.
     Incumbida de resgatar, sem apenar, ou forjar prisões, cabe, justamente, a tal “Comissão”, jamais, de fato, instaurada, com designação de Membros e Objetivos Claros, reescrever nossa História, atribuindo, no período, a cada um dos “Atores”, pelo menos, um Papel e Responsabilização objetivos.
  Inegavelmente, período do, chamado, “Milagre Econômico”, em que o Brasil teve os maiores índices de crescimento da sua História, em que foram, mesmo, sistematizadas a Economia e Indústria Nacionais, acompanhados de Nítida Legislação, com o advento do FGTS e do chamado Sistema “Brás”, que homogeneizou metas e posturas, com advento de Empresas Estatais de âmbito, realmente, Nacional, tipo Siderbrás, Telebrás, Eletrobrás, e tantas outras, indispensáveis ao súbito “Progresso Brasileiro”, posteriormente desmantelados pelos “Herdeiros Democráticos” do Militarismo, nos primeiros anos da “Abertura Política”, em verdadeira Rapina dos Cofres Públicos, instaurada com a “Nova” Democracia no Brasil, certo é que alguns dos episódios mais repugnantes na História da Humanidade, Seqüestros Políticos e Assassinatos Sem Julgamentos nos Quartéis, com certeza, existiram.
     Fatos esses, aliás, jamais revelados, inteiramente, em seu exato contexto.
     Acordada, um belo dia, em um inacreditável “Primeiro de Abril de 1964” – Dia da Mentira, com o tremer dos Coturnos, Cassados todos os Direitos Políticos, a Nação se viu envolta numa prolongada “Noite Escura”, por quase Trinta Anos, até a final Distensão Política.
     Fatos, no entanto, interpretados com várias Versões, em que podemos destacar, num extremo, a do Jornalista Laerte Braga, em recente crônica: “Houve um golpe de estado em 1964, foi organizado e comandado por potência estrangeira através de dois agentes, o embaixador Lincoln Gordon e o general Vernon Walthers, contra um governo legítimo, dentro de um processo maior, a guerra-fria. A máxima de Nixon “para onde se inclinar o Brasil se inclinará a América Latina” foi dita anos depois, mas não passou de uma constatação da realidade daquela época. E tanto é assim que golpes semelhantes foram desfechados em países desta parte do mundo, alguns, com níveis de estupidez absolutos. Caso da Argentina e do Chile. ( http://www.abdic.org.br/a_semana.htm )”, ou como a eles se refere o Protagonista de Direita, Carlos Alberto Augusto, também recentemente: “Fico surpreso com a sinceridade das chamadas dos colunistas Celso Lungaretti e Laerte Braga. Motivo de constrangimento e vergonha como usam os jornais eletrônicos para dissimular com inverdades as mentes dos jovens de hoje Discordo como fazem suas exposições de motivos referentes aos anos de troca de chumbo. Realmente foi um período brutal como se refere Laerte Braga. Quem motivou esse período ? será que foram os militares ou os inocentes úteis levados pelo fanatismocastrense.(http://www.abdic.org.br/que_venham_passao.htm )”, indaga.
     Perplexo, ora, com o que vem restando do Brasil, completamente Estagnado em sua Infraestrutura, após Governos, e mais Governos, ditos “Democráticos”, de Fernando Collor de Melo, passando por Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva, uns mais a Esquerda, outros mais a Direita, sem que qualquer uma das essenciais Reformas Estruturais fossem tomadas, qual sejam, a Reforma Trabalhista, Tributária ou Política, transformado o Brasil em “Lata de Lixo” do Mundo, em que Empregos são Perdidos, e Decisões não são tomadas, quando mesmo a Segurança Jurídica dos que Plantam, e Colhem, não é assegurada, via aprovação de um Código Florestal Definitivo, e, em que Países como a China, Coréia e o México entulham nosso Mercado com carros produzidos no exterior, há, no reverso, tanto nos Quartéis, quanto nas Ruas, quem olhe com certo saudosismo, aqueles tempos da dita “Revolução do Povo de Deus pela Liberdade”, como ficou conhecida a “Gloriosa”.

     Será ?

     Então, de que vale a atual Democracia: do Fisiologismo Político, do Corporativismo Sindical, do “Toma Lá e me Dá Cá de Brasília”, e da Manutenção do “Poder”, apenas, pelo “Poder “, sem qualquer Projeto Político ou de Nação ?
    Seria então, melhor a “Penumbra” Obscura do Militarismo, ao invés do atual Mar de Corrupção ?

     É a pergunta que não quer calar !


     Antuérpio Pettersen Filho é assessor jurídico da ABDIC, editor do jornal Grito Cidadão e blogueiro em Vitória (ES)



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