segunda-feira, 25 de junho de 2012

INFORME
COMANDO LOCAL DE GREVE UNIFICADO – UFG/CAMPUS JATAÍ


Greve Geral nas Universidades Federais: o movimento é forte e nós resistiremos!

     Desde o dia 17 de maio as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) estão com suas atividades paralisadas. Em Jataí, na Universidade Federal de Goiás nossa adesão ao movimento paredista se deu a partir do dia 24 daquele mês.    
     A greve hoje, ao ultrapassar um mês de sua deflagração, atinge cerca de 55 (cinquenta e cinco) IFES e desde o último dia 15, com a deflagração da greve pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) já chega a 151 (cento e cinqüenta e um) Campi de Institutos Federais de Educação Básica, Técnica e Tecnológica com suas atividades paralisadas.
     A greve é forte, as reivindicações são legítimas. Constatamos isso a partir do contato com cada um das/os nossas/os colegas quando da tomada de consciência dos efeitos do sucateamento das IFES, seus reflexos na qualidade das atividades de pesquisa, ensino e extensão e a proposta colocada para a reestruturação da carreira do Magistério Superior.
     Outra demonstração da força desse movimento pode ser constatada a partir da adesão de milhares de estudantes, que não apenas concordam com o movimento, mas também, em solidariedade aos seus professores/as, deflagraram greves estudantis Brasil afora.
     Para completar o quadro de insatisfação com as precárias condições de trabalho, carreira desfigurada e salário defasado, o corpo técnico-administrativo, por meio de sua base de representação, a Federação dos Trabalhadores em Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) aderiu ao movimento paredista no dia 11 de junho.
     Embora cada um desses segmentos tenha a sua singularidade (professores, técnico administrativos e estudantes), está cada vez mais evidente que o processo de desmonte da Universidade Pública afeta a todas e todos, não apenas no âmbito da comunidade acadêmica, mas, sobretudo, quando analisamos as consequências desse sucateamento maquiado,de democratização do ensino superior desenvolvida dentro das IFES. A quem servem os resultados das atividades desenvolvidas? Estamos contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, igualitária, e verdadeiramente democrática?
     Já que estamos tratando de conceitos como justiça, igualdade e democracia convêm destacá-las a partir do seguinte questionamento: o que a greve tem nos mostrado?
     No caso da Universidade Pública e os seus servidores (seja ele professor ou técnico administrativo), independente do seu vinculo (efetivo, substituto, temporário) e do ponto de vista da conquista de direitos das classes trabalhadoras, aderir a um movimento de reivindicação por melhores condições de trabalho, por carreira e salários dignos é a consolidação de conquistas históricas de direitos fundamentais coletivos e individuais.
     A postura de Instituições de não garantir visibilidade ao movimento paredista de trabalhadores que fazem parte de sua estrutura é uma maneira de insistir na criminalização das manifestações legítimas de organização, reivindicação e expressão histórica da classe trabalhadora e todo um avanço na conquista de nossos direitos.
     Greve é direito. É manifestação de descontentamento com o descaso na educação, é dar vazão a possibilidade de discussões democráticas sobre concretizações de um ensino público de qualidade. Por tudo isso, qualquer tentativa de tornar invisível o movimento paredista soa descontextualizada e deve ser refutada pela base.

     A greve é forte, legítima e continuaremos na luta!


Comando Local de Greve – UFG/Campus Jataí

"Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem"
(Rosa Luxemburgo).




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POR QUE A UFG – CAMPUS JATAÍ ESTÁ EM GREVE?

     Os professores das Universidades Públicas brasileiras estão indignados com o desrespeito, por parte do governo federal, no cumprimento do acordo emergencial assinado no ano passado, pelos sindicatos representantes da categoria e Ministério do Planejamento, Gestão e Orçamento (MPOG) que previa o prazo de 31 de março deste ano para que as negociações sobre o plano de carreira da categoria fossem concluídas. Diante de tentativas frustradas em se estabelecer um diálogo produtivo entre a categoria e o governo, da atual postura de descaso com a pauta de reivindicações, da falta de comprometimento com o ensino público que, para nós, deve ser oferecido com qualidade, a realidade vivida por professores e estudantes é marcada por insatisfação, desmotivação e falta de condições do exercício de um trabalho decente. Diante desse quadro, a UFG Campus Jataí, desde o último dia 24 de maio, paralisou suas atividades, aderindo à greve nacional deflagrada desde o dia 17 de maio, num movimento que já conta com mais de 52 Universidades Federais. As condições vividas por professores, estudantes e demais servidores nas Universidades Federais do Brasil têm submetido esses profissionais a condições precárias de trabalho, tais como:

• plano de carreira que pressiona a atividade docente, com excesso de trabalho e cobrança de produtividade, comprometendo a saúde física e mental desses profissionais;

• baixo número de professores para atender às demandas impostas por um ritmo desumano de trabalho, causando desmotivação e insatisfação coletivas;

• baixo número de servidores técnico-administrativos para a realização das atividades necessárias ao bom funcionamento da instituição;

• infraestrutura e instalações físicas inadequadas, como por exemplo: ausência de laboratórios específicos às áreas da saúde e tecnológicas, falta de salas de aula adequadas, falta de instrumentos para a pesquisa;

• falta de acessibilidade, quantidade insuficiente de títulos e livros, dentre outros, o que prejudica a boa formação dos alunos e a efetivação de um trabalho docente com qualidade;

• superlotação de salas de aula, com turmas acima de 50 alunos;

• defasagem salarial da categoria de professores, desvinculada de um projeto de melhoria da educação básica, do ensino tecnológico e superior;

• salários não condizentes com as atribuições e responsabilidades dos profissionais da educação;

Devido a esse quadro nefasto ao qual são submetidos/as os/as professores/as do magistério superior, somos pressionados a optar pela greve como instrumento democrático e legítimo de luta por nossos direitos, para melhoria daquilo que é de fundamental importância para a sociedade e interesse de todos: uma educação pública, gratuita e de qualidade.


Comando Local de Greve – UFG/ Campus Jataí



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DIREITO DE RESPOSTA
Estão querendo acusar a mídia de não se importar com a Educação no País...

     Quando houve a recente greve nas instituições públicas de ensino em Goiás (escolas da Rede Estadual) o ibope aconteceu. Pipocaram matérias na mídia e o movimento grevista virou foco da imprensa estadual (em rádios, TVs, jornais e internet). Isso porque o SINTEGO usa de botar a boca no trombone e bradar aos quatro ventos suas reivindicações. Sem falar na prática do "vamos parar o governo". Agora, com a greve das Universidade Federal de Goiás-UFG, acompanhando o movimento de greve a nível nacional (Greve das IFES), o Comando Local de Greve Unificado-CLG, seguindo o Sindicato ANDES Nacional, fala em postura de instituições (de mídia) de não garantir visibilidade ao movimento paredista como forma de criminalizar as manifestações legítimas, reivindicadoras e expressivas da classe operária e trabalhadora. E ainda expressam que greve é direito. Para o movimento, este é o momento de se discutir o descaso para com a Educação e de cobrar uma posição do governo e uma atitude da imprensa.

...Mas se esquecem de que se faz greve apenas para se reclamar do serviço.

Se o momento é de se discutir a Educação no País então vamos dicutí-la. Eis algumas das manchetes que a mídia gostaria de exibir:

“Professores fazem greve exigindo medidas contra evasão de alunos”


“Universidades entram em greve por melhor nível intelectual de acadêmicos”


“Escolas farão movimento exigindo brasileiros preparados para 1º Mundo”


“Greve por melhor educação doméstica e contra as drogas nas escolas”

(DENTRE OUTRAS)


APOIOU, VOTOU E AGORA QUER RECLAMAR.

    Os professores universitários (em sua maioria) agora estão reclamando de falta de planejamento do governo federal que eles ajudaram a assumir. É certo que uma parcela não votou nem em Lula e nem em Dilma, mas é certo dizer que os professores são simpatizantes petistas e ansiavam por viver "Sem Medo de Ser Feliz!". Agora estão aí, os próprios reclamando do inchaço de alunos nos cursos e da falta de estrutura para realizar um ensino superior de qualidade. É sabido que a carroça do Educação brasileira vem desde tempos de outrora e que a greve é uma legítima ferramenta de direito do trabalhor. Isso não se discute. O que se observa é o docente erguendo faixas contra "seu" próprio governo.



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