segunda-feira, 15 de agosto de 2011

FILANTROPIA E QUEBRA NA SAÚDE






EM ATO SIMBÓLICO, DIRETOR TENTA ENTREGAR CHAVES

   Em uma coletiva a imprensa na manhã da sexta-feira, 12 de agosto de 2011, o diretor do Hospital Regional de Jataí, Alexandre Melo, acompanhado do diretor clínico da instituição, Dr. Joaquim Cândido Rocha, comunicou de sua decisão de entregar as chaves da instituição para poder descansar a cabeça e cuidar de sua vida particular. O comunicado foi feito de público nas portas do próprio hospital, aonde também conversou com a população e funcionários grevistas. O diretor, em ato simbólico, pretendia entregar as chaves da casa de saúde para quem pudesse pegar e dar continuidade aos trabalhos. Com isso, uma situação inusitada se instalou, pois, ninguém se dispôs a pegar as chaves de suas mãos e assumir a direção do hospital. Alexandre Melo também leu uma carta extensa e bastante emotiva contendo nomes de pessoas que já fizeram parte da Sociedade Mantenedora e que, segundo ele, foram consultadas e não se dispõem mais a ajudar como coordenadores. Funcionários grevistas também fizeram uso da palavra.


ENTENDENDO A FUNÇÃO DO DIRETOR

   Alexandre Melo é diretor do Hospital Regional de Jataí (nome de fantasia retornado e alterado do anterior: Hospital Ana Isabel de Carvalho) e, por seu cargo, também é designado presidente da Sociedade Mantenedora do Hospital Regional de Jataí (verdadeira Razão Social da entidade). A Sociedade Mantenedora é um grupo de pessoas dispostas, de forma voluntária, a coordenar as ações na entidade e, na condição de presidente, ele é TITULAR e seu SUPLENTE é Mário dos Santos Ortiz.






PRA QUEM ELE “TENTOU ENTREGAR” AS CHAVES DO HOSPITAL

   Alexandre Melo, naquele ato da manhã do dia 12, tentou entregar as chaves do hospital, simbolicamente, a quem da população jataiense estivesse interessado. E para dar o embasamento a sua atitude, tentou entregar, primeiramente, ao secretário municipal de Saúde, Dr. Amilton Fernandes Prado, querendo, assim, transferir ao município a responsabilidade de administrar a entidade (detalhe: o próprio Alexandre Melo foi indicado pelo prefeito da cidade em 2008, quando assumiu o cargo no ano das Eleições). Na ausência do secretário de Saúde, o diretor tentou repassar ao presidente da Câmara Municipal, vereador Geovaci Peres, que estava presente. Entretanto, este se negou a pegar.


EM ENTREVISTA A RÁDIO, DIRETOR FALA DO FUTURO

   Ainda no dia 12 de agosto, o diretor Alexandre Melo concedeu entrevista as rádios de Jataí e falou de como ficaria a situação uma vez que ninguém se dispôs a pegar as chaves de suas mãos. Na Rádio Difusora, ele disse que tomou a atitude devido a greve dos funcionários e de suas tentativas sem sucesso de montar outra diretoria para lhe suceder. “Quando a gente é indagado o porquê não deixa ou o porquê não larga, sempre falamos que gostaríamos que alguém assumisse e nunca apareceu outra pessoa de direito e de fato para isso”, desabafou. Ele revelou que o estatuto da Sociedade Mantenedora, nos Artigos 45 e 47 (feito ainda no ano 1970), dizem que as chaves podem ser entregues ao gestor da Saúde na cidade (no caso, ao secretário municipal) e que, não havendo condições da Sociedade Mantenedora em manter os trabalhos, a responsabilidade, assim, pode ser repassada ao prefeito do município. Alexandre disse ainda que não se furta da responsabilidade como presidente e que está pronto para assinar os papeis necessários para essa transferência. Caso o Dr. Amilton Fernandes (secretário de Saúde de Jataí) não se manifeste a esse respeito, ele não sabe dizer o que pode acontecer então. O diretor terminou agradecendo a atuação heróica de funcionários do hospital e se colocou a disposição das autoridades para esclarecimentos necessários. “Já dei minha contribuição na área de saúde e agora preciso me dedicar mais a minha família”, disse Alexandre Melo. O ato deixou a repórter da emissora emocionada. 






O QUE ESTÁ “PEGANDO” NESSA ESTÓRIA DE ENTREGAR CHAVES

   O site que o diretor criou para reforçar sua campanha solidária de arrecadação de fundos junto à população continua no ar. Alguns contatos e reuniões com agentes do governo municipal (Prefeitura e Câmara) e estadual (Governo de Goiás) também estão aguardando retorno. A busca é por apoio político. O normal seria que, findadas as tentativas de se levantar recursos, o site então saisse do ar  e as respostas das autoridades comunicadas ao público no ato da coletiva do dia 12, bem como, a direção do hospital e os demais integrantes da Sociedade Mantenedora estarem de acordo para o fechamento daquela casa de saúde (a mesma está apenas paralisada por motivo de greve de funcionários). E por essa crise ser uma questão financeira, balancetes mensais e balanços anuais contendo o histórico das movimentações deveriam ser demonstrados ao público para dar transparência ao ato. O site diz que precisam ser arrecadados R$ 375 mil até o dia 15 de agosto de 2011, portanto, o ato ocorreu três dias antes de findar o prazo estipulado para levantar os recursos. Até o dia 14 haviam sido captados o montante de R$ 1.043,00 em doações.

   Ainda do site, no link TRANSPARÊNCIA – VEJA COMO SEU DINHEIRO SERÁ APLICADO não consta a página com as informações prometidas.

   Por motivos assim é que funcionários grevistas do hospital querem a reforma da diretoria da instituição.



GRANDE ESTRUTURA QUASE TODA PARADA
Idade: 61 anos
Funcionamento: 24 h
Atendimento ambulatorial: 24 h (sobre aviso)
Leitos: 76 leitos e em expansão entre SUS E CONVÊNIOS.
Estrutura complementar: laboratório de análises clínicas, raio-X, Clínica Popular (fisioterapia, odontologia, psicologia e fonoaudiologia), centro cirúrgico, sala de partos (maternidade), dentre outras opções de diagnóstico e tratamento.
Funcionários: 95
Total de atendimento em 2009: 2.340 (até janeiro)
Razão Social: Sociedade Mantenedora do Hospital Regional de Jataí
Nome Fantasia: Hospital Regional de Jataí
Propriedade: Filantrópica
Diretor /Presidente: Alexandre Melo Franco
Diretor Clínico: Dr. Joaquim Candido C. Rocha.


O QUE FUNCIONA DURANTE A PARALISAÇÃO

   Três leitos de internação de longa permanência (pacientes de cuidados especialíssimos) e a Clínica Popular, que é um conjunto de consultórios clínicos que funciona anexo a estrutura do hospital estão funcionando durante esta paralisação.






NOTA DA CÂMARA MUNICIPAL FALA DE REUNIÃO COM GOVERNO ESTADUAL

Comissão discute Hospital Regional em Goiânia
   O secretário de Saúde de Goiás, Antônio Faleiros, recebeu, no último dia 8 de agosto, uma comissão formada por vereadores e outras autoridades de Jataí para discutir a situação do Hospital (Regional) Ana Isabel de Carvalho. A comitiva jataiense reivindica um convênio com o Estado no valor de R$ 200 mil mensais. Faleiros afirmou que está aguardando a autorização do governador Marconi Perillo para que o acordo seja estabelecido.
Estiveram presentes à audiência o presidente da Câmara Municipal, Geovaci Peres, os vereadores Adilson Carvalho, Pastor Luiz Carlos, Marcos Antônio, Mauro Bento Filho, Nelson Antônio e Vilma Feitosa, o presidente da Sociedade Mantenedora do Hospital Regional, Alexandre Melo, e a assessora especial do governo estadual Cilene Guimarães.
Caso o convênio seja oficializado, o pagamento da folha salarial do hospital será garantido. Os atrasos levaram os funcionários à paralisação de suas atividades. De acordo com o Ministério Público, a entidade tem dívidas que totalizam cerca de R$ 10 milhões. (Francisco Cabral/CMJ)



A CRISE DO HOSPITAL REGIONAL. ENTENDA MELHOR

O repórter jataiense, Fernando Machado, publicou no jornal Tribuna do Sudoeste, (edição 316, de 14 a 20 de agosto de 2011) da vizinha cidade Rio Verde (do qual é correspondente), uma ótima matéria falando, detalhadamente, como é a crise que acomete o histórico hospital de Jataí. O texto a seguir merece todos os créditos apesar de que a instituição ainda não está oficialmente de portas fechadas, mas apenas paralisada devido a greve de seus funcionarios, além de estar com um embrólio na Justiça Trabalhista.

Ana Isabel fecha as portas

FERNANDO MACHADO

   Após 61 anos de tra­di­ção, acú­mu­lo mi­li­o­ná­rio de dí­vi­das e atra­sos crô­ni­cos da folha de pa­ga­men­to dos fun­cio­ná­rios, o mai­or hos­pi­tal de Ja­taí fe­chou as por­tas. A ban­car­ro­ta do Hos­pi­tal Re­gi­o­nal Ana Isa­bel de Car­va­lho acon­te­ceu na úl­ti­ma sex­ta-fei­ra, dia 12, quan­do a di­re­ção de­cla­rou que não mais res­pon­de­ria pe­la ges­tão. O di­re­tor-pre­si­den­te Ale­xan­dre Me­lo Fran­co pre­ten­dia, em um ges­to sim­bó­li­co, en­tre­gar as cha­ves da ins­ti­tu­i­ção ao se­cre­tá­rio mu­ni­ci­pal de Sa­ú­de, atri­buin­do ao mu­ni­cí­pio a res­pon­sa­bi­li­da­de de ad­mi­nis­trar a uni­da­de. Co­mo ne­nhum re­pre­sen­tan­te do po­der pú­bli­co mu­ni­ci­pal com­pa­re­ceu à fa­tí­di­ca ce­ri­mô­nia, ele re­sol­veu fa­zer o co­mu­ni­ca­do no mes­mo dia por meio de ofí­cio. A úl­ti­ma car­ta­da pa­ra man­ter o hos­pi­tal em fun­cio­na­men­to foi uma cam­pa­nha de so­li­da­ri­e­da­de. A me­ta era an­ga­ri­ar R$ 375 mil até a se­gun­da-fei­ra, dia 15, mas o mon­tan­te le­van­ta­do foi de ape­nas R$ 1.043,00.
   Os aten­di­men­tos ha­vi­am si­do sus­pen­sos des­de o dia 1º de ju­lho, quan­do os 95 ser­vi­do­res en­tra­ram em gre­ve por con­ta dos con­se­cu­ti­vos atra­sos. Um dia an­tes, eles re­ce­be­ram 50% do sa­lá­rio de abril e ain­da não ti­nham re­ce­bi­do o 13º sa­lá­rio re­fe­ren­te ao exer­cí­cio de 2010. Há mais de um ano, eles vi­nham re­ce­ben­do ape­nas me­ta­de do sa­lá­rio. Des­de en­tão, so­men­te três dos 80 lei­tos es­ta­vam ocu­pa­dos por pa­ci­en­tes em es­ta­do ter­mi­nal. "Não es­ta­mos pe­din­do re­a­jus­tes, mas tão so­men­te a atu­a­li­za­ção da fo­lha", pro­tes­ta­va Edis­mau­ro Gar­cia Frei­tas, res­pon­sá­vel pe­lo la­bo­ra­tó­rio e pe­la far­má­cia e mem­bro da co­mis­são cri­a­da pe­los fun­cio­ná­rios pa­ra rei­vin­di­car di­rei­tos tra­ba­lhis­tas. "Nós que­re­mos tra­ba­lhar", in­dig­na­va-se. Os ser­vi­do­res tam­bém co­bra­vam a sa­í­da da atu­al di­re­to­ria, que fo­ra no­me­a­da in­te­ri­na­men­te no fi­nal de 2008 pa­ra per­ma­ne­cer ape­nas três mes­es à fren­te do hos­pi­tal.
   Na úl­ti­ma se­ma­na, re­pre­sen­tan­tes dos tra­ba­lha­do­res e do Hos­pi­tal par­ti­ci­pa­ram de uma au­diên­cia na Jus­ti­ça do Tra­ba­lho, mas não che­ga­ram a um acor­do. Os fun­cio­ná­rios pe­di­am uma ga­ran­tia de que re­ce­be­ri­am su­as dí­vi­das ca­so vol­tas­sem a tra­ba­lhar, mas a di­re­ção do Ana Isa­bel de Car­va­lho ale­gou im­pos­si­bi­li­da­de de as­su­mir o com­pro­mis­so. A di­re­ção se pro­pôs a pa­gar ape­nas R$ 40 mil das fo­lhas em atra­so. Fun­cio­ná­rios que pe­di­ram ano­ni­ma­to afir­ma­ram que ti­nham in­for­ma­ções se­gu­ras de que a in­ten­ção era qui­tar dí­vi­das com ou­tros cre­do­res. "Em qual­quer lu­gar do mun­do, a ques­tão tra­ba­lhis­ta vem em pri­mei­ro lu­gar", re­cla­ma­va um fun­cio­ná­rio. Atra­vés de uma ação cau­te­lar, eles con­se­gui­ram no Po­der Ju­di­ci­á­rio o blo­queio de re­cur­sos ori­un­dos do fa­tu­ra­men­to do SUS e do Ipas­go no va­lor de R$ 80 mil.

Im­pac­to

   A pa­ra­li­sa­ção do Ana Isa­bel de Car­va­lho cau­sou su­per­lo­ta­ção nos de­mais uni­da­des de sa­ú­de da re­de pú­bli­ca e pri­va­da de Ja­taí. Os 80 lei­tos inu­ti­li­za­dos cor­res­pon­dem à me­ta­de da ca­pa­ci­da­de to­tal de in­ter­na­ções na re­de de sa­ú­de. Co­mo ele é uma en­ti­da­de pri­va­da, mas de ca­rá­ter fi­lan­tró­pi­co, é o prin­ci­pal des­ti­no de pa­ci­en­tes do SUS e de con­vê­ni­os par­ti­cu­la­res de 10 mu­ni­cí­pios da re­gi­ão, aten­den­do, em mé­dia qua­se 4 mil pes­so­as por mês. Res­pon­sá­vel por in­ter­me­di­ar o di­á­lo­go en­tre ser­vi­do­res e di­re­ção, o ve­re­a­dor Edi­glan Maia re­la­ta que o re­fle­xo já co­me­ça a ser sen­ti­do tam­bém em ou­tras ci­da­des. "Por fal­ta de lei­tos, os pa­ci­en­tes es­tão sen­do trans­fe­ri­dos pa­ra o hos­pi­tal re­gi­o­nal de San­ta He­le­na e, em bre­ve, se­rão en­ca­mi­nha­dos tam­bém pa­ra Rio Ver­de e ou­tros cen­tros."
   Na se­ma­na pas­sa­da, uma co­mi­ti­va for­ma­da por ve­re­a­do­res e au­to­ri­da­des lo­ca­is for­ma­li­zou pe­di­do à Se­cre­ta­ria Es­ta­du­al de Sa­ú­de de um con­vê­nio no va­lor de R$ 200 mil pa­ra man­ter o hos­pi­tal em fun­cio­na­men­to e ga­ran­tir o pa­ga­men­to dos fun­cio­ná­rios. O ti­tu­lar da pas­ta ex­pli­cou que pre­ci­sa­ria de au­to­ri­za­ção do go­ver­na­dor pa­ra ga­ran­tir o re­pas­se de re­cur­sos. As dí­vi­das da en­ti­da­de já to­ta­li­zam cer­ca de R$ 10 mi­lhões. "É um va­lor im­pa­gá­vel", afir­mou Edi­glan Maia. O pre­fei­to Hum­ber­to Ma­cha­do diz que o mu­ni­cí­pio já re­pas­sou, des­de 2009, mais de R$ 3 mi­lhões ao Ana Isa­bel de Car­va­lho. No fi­nal do ano pas­sa­do, a Câ­ma­ra Mu­ni­ci­pal au­to­ri­zou o Exe­cu­ti­vo a re­pas­sar R$ 21 mil men­sais, que de­ve­ri­am ser di­re­cio­na­dos pa­ra o pa­ga­men­to de pro­ces­sos ju­di­ci­ais. Não ob­stan­te o vo­lu­me das dí­vi­das, o hos­pi­tal ain­da con­se­guiu le­van­tar cré­di­to de R$ 450 mil jun­to a uma ins­ti­tu­i­ção fi­nan­cei­ra. Em de­zem­bro de 2010, o hos­pi­tal che­gou a ser lei­lo­a­do, mas não foi ven­di­do por fal­ta de com­pra­dor. A es­tru­tu­ra foi ava­li­a­da em cer­ca de R$ 2,6 mi­lhões.

Ges­tão

   O di­re­tor-pre­si­den­te do Ana Isa­bel ad­mi­te que des­de a dé­ca­da de 1980 a ins­ti­tu­i­ção não vem re­co­lhen­do INSS, FGTS e ou­tros tri­bu­tos. Só re­cen­te­men­te, ale­ga, co­me­ça­ram a ser pa­gos dé­bi­tos re­fe­ren­tes a 2003. Atu­al­men­te, re­co­nhe­ce, os mes­mos im­pos­tos tam­bém não es­tão sen­do pa­gos em ra­zão da cri­se fi­nan­cei­ra. A bai­xa re­mu­ne­ra­ção da ta­be­la do SUS é in­di­ca­da por ele co­mo um dos mo­ti­vos do en­di­vi­da­men­to. "Re­ce­be­mos cer­ca de R$ 400,00 por pro­ce­di­men­tos que ge­ram des­pe­sa de R$ 3 mil, co­mo no ca­so de uma ci­rur­gia de ca­ta­ra­ta", com­pa­ra. Ale­xan­dre Me­lo Fran­co tam­bém re­cla­ma de ca­lo­tes. "Te­mos cer­ca de R$ 200 mil em che­ques sem fun­do."

Res­pon­sa­bi­li­da­de

   A de­ci­são da di­re­ção de re­nun­ci­ar à ges­tão do hos­pi­tal, se­gun­do a pro­mo­to­ra de Jus­ti­ça Lu­ci­néia Vi­ei­ra Ma­tos, não ex­clui a em­pre­sa de su­as res­pon­sa­bi­li­da­des. "A Pre­fei­tu­ra não é res­pon­sá­vel pe­la ges­tão do hos­pi­tal. Tra­ta-se de uma en­ti­da­de pri­va­da, com fins as­sis­ten­ci­ais, sim, mas pri­va­da. Seus só­ci­os e a di­re­to­ria con­ti­nuam res­pon­sá­veis pe­la ges­tão da en­ti­da­de, mes­mo que op­tem pe­la li­qui­da­ção", ates­ta. A re­pre­sen­tan­te do Mi­nis­té­rio Pú­bli­co não dei­xa de la­men­tar, pe­la re­le­vân­cia dos ser­vi­ços pres­ta­dos à po­pu­la­ção ja­tai­en­se e cir­cun­vi­zi­nha e pe­lo his­tó­ri­co da en­ti­da­de, pois a li­qui­da­ção com­pro­me­te o aten­di­men­to SUS e, mais acen­tu­a­da­men­te, o aten­di­men­to par­ti­cu­lar e con­vê­ni­os, co­mo o Ipas­go.
   Quan­to ao im­pac­to do fe­cha­men­to, ela ex­pli­ca que o Mi­nis­té­rio Pú­bli­co já se re­u­niu com o se­cre­tá­rio mu­ni­ci­pal de Sa­ú­de e es­tá bus­can­do ou­tras al­ter­na­ti­vas. "O im­por­tan­te é que o aten­di­men­to ao pa­ci­en­te do SUS não se­ja in­ter­rom­pi­do." Ela res­sal­ta tam­bém que exis­tem ações na Jus­ti­ça do Tra­ba­lho, in­clu­si­ve de­ter­mi­nan­do o lei­lão da uni­da­de hos­pi­ta­lar. "É le­gí­ti­mo que os fun­cio­ná­rios bus­quem o re­ce­bi­men­to de seus sa­lá­ri­os, ver­ba de na­tu­re­za ali­men­tar, in­dis­pen­sá­vel à so­bre­vi­vên­cia." A par de to­dos os pro­ble­mas, o MP re­a­li­za­rá nes­ta se­gun­da, dia 15, no­va re­u­ni­ão com os in­te­res­sa­dos na pro­cu­ra de uma so­lu­ção.

(Site do jornal Tribuna do Sodoeste: www.tribunadosudoeste.com.br)



EM COMUNICADO, DIRETOR APELA PARA SENTIMENTOS

   Um comunicado, com tom bastante apelativo feito pela direção do hospital, pode ser lido no site da campanha criada pelo diretor da entidade.

"O Hospital Regional de Jataí, divulga o seguinte comunicado a comunidade e a imprensa:

   Queridos cidadãos jataienses, a toda comunidade que compõe esta sociedade do sudoeste goiano, a todos os indivíduos do estado de Goiás e a todas as pessoas que fazem parte desta grande nação chamada Brasil, e até mais longe, a todo globo terrestre onde este apelo possa chegar e tocar o coração de pessoas dispostas a fazer a diferença. Esta campanha está percorrendo todos os caminhos necessários para obter sucesso, mas, no entanto, existe um caminho que só poderá ser percorrido por você.Você precisa ajudar. Você precisa fazer a diferença. Você precisa ser a diferença que o Hospital Regional precisa. Você precisa ajudar esta santa casa de saúde, pois ela sempre ajudou a todos, indiferente ao grau de formação, de posição social ou mesmo de religião. Neste momento, quem está precisando de ajuda é esta casa, este Hospital que há mais de 60 anos deu a luz a tantas vidas e que até hoje é uma das principais maternidades da região, que cuidou com tanto carinho de tantos doentes. Esta equipe que sempre esteve disposta a ajudar e que esteve presente em inúmeros momentos difíceis na vida pessoal de milhares de pessoas atendidas neste Hospital... e as quais fizeram grande diferença na vida de outros. Agora é a sua vez. A vez de uma comunidade mostrar que juntos podemos fazer a diferença e resolver em definitivo a situação econômica e social do Hospital Regional. Nossa meta é contar com 25 mil doações de R$ 15,00 até o dia 15 de agosto, para atingir o saldo negativo de folhas de pagamento em atraso e colocá-las em dia. Após o pagamento integral de todos os salários, o Hospital Regional obrigatoriamente terá que modificar seu formato de gestão, inovando e atualizando seus procedimentos, mas que no entanto, são questões que serão tratadas em um segundo momento. Venham fazer parte desta campanha, as informações estão disponíveis no site www.hospitalregionaldejatai.com.br ou pelo fone: 64 3631-4033, ou ainda, nos materiais impressos da campanha 'Você pode ajudar'. Aos funcionários que estão paralisados em greve, o Hospital solicita que todos voltem e ocupem suas funções, pois assim darão um grande exemplo a toda comunidade. Um exemplo de amor a causa e de fé na superação deste momento tão delicado. Contamos com todos, independente de classe social, religião, partido ou raça. Faça a sua parte, pois somente assim obteremos êxito.

Com muita fé e otimismo.

Sociedade Mantenedora do Hospital Regional".





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