FOTO: Orkut
SEGUIDO E SURPREENDIDO POR ASSALTANTES VÍTIMA HAVIA SACADO DINHEIRO NO BANCO. FOI OBSERVADA, SEGUIDA, ABORDADA E TOMOU TIRO PELAS COSTAS AO REAGIR A ASSALTO |
(Matéria encomendada e, primeiramente, publicada no jornal Liberais de Jataí)
Quarta-feira, 15 de outubro de 2008. Por volta das 14h30min, uma caminhonete S10, preta, sai de uma agência bancária em Jataí (agência do Banco do Brasil na Avenida Goiás) e sobe pela Rua Zeca Lopes passando pelo colégio Nestório Ribeiro (já na Rua José Gêda), vira a esquerda, sobe mais um pouco e depois pega a Avenida Joaquim Cândido, uma movimentada pista de mão dupla. Nesse momento ela está sendo seguida. O carro sobe e passa pela praça da igreja São Judas Tadeu e estaciona em frente a uma loja de colchões (ao lado do tradicional supermercado Tropical). O condutor da caminhonete estava sozinho e intencionava saldar a compra de um colchão. Antes do condutor descer, é surpreendido por dois elementos, que, pilotando um moto Honda Falcon, também preta, nova (2008), placa NKD 6145, param bem ao lado de sua porta e o passageiro, com o capacete a altura da testa, aponta-lhe um revolver calibre 38, anunciando um assalto. O condutor, pego de surpresa, entrega R$ 800,00 do bolso da camisa e espera que eles dêem-se por satisfeitos. Entretanto, com muita aspereza, o passageiro da moto com a arma em punho exige mais dinheiro e chega a dar um tiro para baixo que transfixa a coxa do condutor da caminhete. Nesse momento, ele age instintivamente e segura o braço do passageiro armado. A arma dispara de novo e atinge a lataria traseira da caminhonete. O condutor, então, empurra a porta e os dois elementos e sai correndo, dando a volta no carro na tentativa de buscar refúgio dentro da loja. O passageiro armado, furioso, desce da moto, tira o capacete, e, sem dificuldade, atira nas costas do condutor quando o mesmo já estava sobre a calçada correndo; depois volta e monta na garrupa do motociclo com a intenção de fugir dalí. Um trabalhador do supermercado, que estava bem próximo a calçada, vê a cena, grita com os elementos e, percebendo o perigo, gira para entrar no supermercado. O atirador aponta a arma em sua direção e atira. Nesse momento o trabalhador foi salvo do pior devido a uma arrancada na moto: o tiro pegou em baixo de sua nádega. O proprietário da loja de colchões também sai e vê quando o atirador lhe aponta a arma. Rápido, ele recua para dentro e sai da mira. Em seguida, os dois elementos tomam a avenida e saem em disparada. Toda a ação aconteceu em questão de segundos e foi vista por várias testemunhas que estavam próximas ou passavam pelo local naquele exato momento e se despertaram logo após ouvirem o primeiro disparo. O condutor da caminhonete, caído na calçada, é amparado. Sangrando, ainda pede por socorro e para que o levem a um hospital. Foram suas últimas palavras - o tiro havia acertado suas costas e a bala perfurado seu pulmão passando perto de seu coração. Ele não conseguiu resistir.
Essa versão descrita é a que mais de aproxima do crime praticado na cidade de Jataí e que deixou a opinião pública chocada. Ao todo foram disparados quatro tiros e duas pessoas atingidas sendo uma delas vítima fatal. O condutor da caminhonete tratava-se do advogado Júlio César da Silva, 48 anos, e os dois elementos da moto, descobertos depois, eram Rondinelli Rodrigues do Prado (condutor e mentor do assalto) e Murilo Luiz Ferreira dos Santos (passageiro e atirador).
Essa versão descrita é a que mais de aproxima do crime praticado na cidade de Jataí e que deixou a opinião pública chocada. Ao todo foram disparados quatro tiros e duas pessoas atingidas sendo uma delas vítima fatal. O condutor da caminhonete tratava-se do advogado Júlio César da Silva, 48 anos, e os dois elementos da moto, descobertos depois, eram Rondinelli Rodrigues do Prado (condutor e mentor do assalto) e Murilo Luiz Ferreira dos Santos (passageiro e atirador).
GRAVIDADE DO CASO E PREOCUPAÇÃO LEVAM ORDEM A NOMEAR COMISSÃO ESPECIAL
Desde que esse crime aconteceu e antes da polícia elucidá-lo, boatos já circulavam pela cidade a respeito dos autores e especulações sobre quais seriam seus motivos aconteciam de imediato: teria sido assassinato por encomenda (pistolagem)? Teria sido por vingança? Teria sido por motivos passionais ou adultério? Quem teria interesse na morte do advogado? Com isso, muitos fatos da vida íntima e pregressa da vítima foram levantados. Insinuações e suspeitas caiam sobre a esposa da mesma, bem como sobre alguns de seus clientes e desafetos - a vítima já tinha sido ameaçada por outras questões em seu escritório de advocacia. Era preciso, então, esclarecer esse crime de forma cabal. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB, Subseção de Jataí, Dr. Mário Ibrahim do Prado, preocupado com o assassinato desse seu operante membro, decidiu instaurar uma comissão especial de advogados para ajudar nos trabalhos de investigação da polícia. A mesma foi formada pelos advogados Márcio Severino de Carvalho (colega de escritório da vítima), Emanoel Batista de Araújo (vice-presidente da subseção) e Gilmar Furtado. As opiniões públicas que chegavam a eles eram pessimistas e passavam a idéia de que o crime seria de difícil solução e que a polícia local não iria conseguir descobrir os criminosos - e nem seus motivos. Mário Ibrahim já estava convicto de que se tratava de pistolagem. Mas isso foi um engano. A polícia mostrou serviço e, 26 dias depois (dia 10 de novembro de 2008) conseguiu prender o primeiro dos dois elementos (Rondinelli) e, no dia seguinte, já estava com as mãos no segundo (Murilo).
POLÍCIA MOSTRA SERVIÇO E IDENTIFICA E PRENDE OS CRIMINOSOS
Quem atendeu o crime primeiramente foi a Polícia Militar que depois enviou o relatório para os trabalhos de investigação da Polícia Civil e esta deu andamento através do inquérito policial instaurado no 2º DP e presidido pelo delegado Ederson Bueno Martins Garcia. Desde o princípio, a polícia imaginava que pudesse se tratar de um crime de latrocínio. Isso estava reforçado pelo fato de ter sido encontrada certa quantia de dinheiro em poder da vítima (R$ 5 mil no bolso da calça e um pouco mais de R$ 2 mil dentro do carro). Na agência bancária, a vítima havia feito uma significativa movimentação financeira: sacou R$ 18 mil, efetuou depósitos em outras contas e fez uso do auto atendimento no caixa eletrônico e depois saiu portando mais de R$ 5 mil em dinheiro. Com essas informações, a polícia teve a lúcida idéia de procurar a agência e solicitar as filmagens das câmeras de segurança do circuito interno. Assim, foi identificada, de imediato, a ação de dois elementos suspeitos que a todo o momento vigiavam a vítima dentro do banco – as características dos indivíduos batiam com a dos suspeitos do crime descritos por testemunhas. A polícia trabalhou com várias cópias de imagens e fez uma operação investigativa chegando a suspeita da participação de Rondinelli Rodrigues do Prado, 21 anos, morador do setor Aeroporto e de profissão declarada como sendo office-boy, tendo, inclusive, trabalhando por várias firmas da cidade. Esmiuçando sua vida pregressa, descobriu-se que ele tinha um irmão problemático e, em seu nome, uma moto Honda Falcon e também outros três veículos (mais duas motos e um carro). Só isso já era muito para um simples office-boy que costumava enrolar o patrão no serviço - descobriu-se as desculpinhas do suspeito para saídas em seus locais de trabalho. A polícia também usou outras informações dando conta de que ele poderia ter envolvimento no crime como sendo o condutor da moto. Com isso, foi pedida sua prisão preventiva e efetuada sua captura no dia 10 de novembro, após campana em sua casa. Uma vez preso, Rondinelli confessou tudo e entregou seu outro comparsa afirmando qual dos dois seria o autor dos disparos e da morte do advogado. Segundo ele a intenção foi só a de assaltar e a vítima foi escolhida lá mesmo dentro do banco. O delegado concedeu entrevistas na imprensa dizendo que já sabia quem era o outro elemento e que já tinha um mandado de prisão em seu desfavor aconselhando para que ele se entregasse. No dia seguinte, o ex-soldado do Exército, Murilo Luiz Ferreira dos Santos , também 21 anos, morador do bairro Estrela Dalva e de profissão declarada como sendo auxiliar de serviços gerais, entregou-se espontaneamente na delegacia, acompanhado de seu advogado. No interrogatório, o acusado optou por não responder nenhuma pergunta da polícia. Murilo também não entregou a arma usada no crime. O delegado disse que os dois vão responder a processo por latrocínio (roubo seguido de morte), crime hediondo e vão a julgamento. Se forem condenados, poderão pegar de 20 a 30 anos de prisão.
VÍTIMA ESTAVA ESTREANDO CASA NOVA RECÉM CONSTRUÍDA
O ex-militar e advogado (civil e trabalhista), Júlio César da Silva, no dia do crime, por volta das 6h30min tomou café da manhã junto com sua esposa Joana Darc da Silva e seu filho caçula, Lucas Santiago, 15 anos, em na panificadora Colméia e depois levou o garoto para a escola. Estavam felizes, pois, naquele mesmo dia, iriam se mudar para uma casa nova, vistosa e construída, segundo sua esposa, com muito carinho e esfoço. Almoçaram normalmente já na casa nova, por volta das12h30mim e, muito alegres e contentes, conversaram bastante. Júlio César disse a seguinte frase ao filho Lucas: “Meu filho, o estudo é fundamental em nossa vida, sem ele não somos nada e não conseguimos nada. Nunca abandone os estudos”. Logo após almoçar, Júlio César disse que iria ao banco sacar dinheiro para fazer alguns pagamentos referentes à construção da casa e tentou chamar o filho para ir junto, o que não foi possível, uma vez que o garoto estava dormindo. O advogado deu-lhe um beijo assim mesmo, deixou o quarto, abraçou a esposa, beijou-a e disse que a amava muito (ele sempre fazia isso). Joana sentiu que, dessa vez, o abraço foi até mais demorado. Esses foram seus últimos atos e palavras com a família. A esposa dele, que concedeu as informações, esclareceu que ele sempre realizava pagamentos em dinheiro (não trabalhava com cheque) e que o mesmo havia passado na loja de colchões, no dia anterior, para fazer pagamento com cartão de crédito, mas a máquina estava com defeito. Joana Darc declarou também que ele nunca havia recebido nenhum tipo de ameaça (pelo menos que ela soubesse) e não tinha inimizades, sendo uma pessoa boa, calma, bom profissional, amigo e um ótimo esposo e pai. A esposa disse ainda que dele, a família guardará uma excelente conduta para ser seguida e muitas recordações saudosas e felizes. “Os criminosos não destruíram nossa família, apenas tirou uma pessoa muito querida da gente”, disse. além de Joana Darc e Lucas, o advogado também deixou as filhas Anna Caroline e a bacharel em direito Jaqueline Silva.
FOTO: Arquivo da família
FOTO: Arquivo da família
VIÚVA AGRADECE PELA ELUCIDAÇÃO DO CASO
Ex-suspeita do crime cumprimenta delegado e Subseção da OAB
Joana Darc, esposa da vítima, aproveitou a oportunidade da matéria para agradecer o bom desempenho do delegado e sua equipe que, a seu ver, fizeram um excelente trabalho. Também cumprimentou a Subseção da OAB de Jataí na pessoa de seu presidente, Dr. Mário Ibrahim do Prado por ter nomeado a comissão especial que acompanhou e colaborou nas investigações da polícia. Joana ainda agradeceu a todos os amigos da família, especialmente ao advogado Dr. Márcio Severino (ex-colega de trabalho de seu esposo) que fez sua parte ajudando os investigadores na busca dos assassinos. “Ele era um grande amigo do meu esposo e também um amigo nosso”, disse Joana Darc sobre o Dr. Márcio. Foi graças a essa união de forças que os assassinos foram descobertos, encontrados e presos.
COMENTÁRIOS DA MATÉRIA:
Annelize disse...
Parabêns pela sua materia!
O Julio é uma pessoa muito querida, além de ser meu GRANDE tio! Saudades!
21 Janeiro, 2009 17:57
Lucas disse...
Meu pai foi um grande homem, só deixou ótimas lembranças e um bom caminho a ser seguido. Saudades de seu filho Lucas.
21 Janeiro, 2009 18:01
Anna Gabriela disse...
Parabéns pela sua materia !
Meu tio, foi i sempre será um grande homem, uma lembrança perfeita e um belo espelho pra toda familia !
um pai i um tio pra mim !
saudades tio !
22 Janeiro, 2009 23:51
Anna Caroline disse...
Parabéns pela matéria, meu pai sempre foi um exlempo de pessoa e vida a se seguido, partiu deixando muitas saudades, porém nos deixou o que poderia ter deixado de melhor, a nossa conduta e ótimas recordações a todo momento.
Muitas saudades suas meu PAI, EU TE AMO.
CAROL.
29 Janeiro, 2009 11:41
Ana disse...
DR. JÚLIO CÉSAR FOI UM GRANDE PROFISSIONAL... ADVOGADO DEDICADO, ESTUDIOSO E EXCELENTE AMIGO! BOM E EXTREMOSO PAI DE FAMÍLIA, ALÉM DE MARIDO EXEMPLAR! QUE ENCONTRE O DESCANSO AO LADO DO PAI, QUERIDO AMIGO!!! ATÉ QQ MOMENTO!
ANA MARIA PERES CABRAL,
02/03/09
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