quinta-feira, 30 de abril de 2009

Oriton e Adinalva: por que eles tinham que morrer?





























Baseado na grande repercussão que o caso teve, o Blog Alvo Notícias lançou a pergunta: “ORITON E ADINALVA: POR QUE ELES TINHAM QUE MORRER?”



ANÁLISE SOBRE AS POSSIBILIDADES DO CRIME
Como a polícia raciocina sobre o crime para se chegar a seu autor (ou autores)



1) TENTATIVA DE ASSALTO COM SEQUESTRO RELÂMPAGO

As marcas e sinais de tortura nos corpos das vítimas passam a impressão de que ambos (principalmente o empresário Oriton) foram torturados para que confessassem algo como algum segredo muito bem guardado ou alguma informação muito importante. Em caso de seqüestro relâmpago e tentativa de assalto só justificaria uma tortura se o empresário se recusasse a colaborar com os assaltantes. A polícia já descartou o crime como sendo de latrocínio (roubo seguido de morte) e acredita em execução (crime premeditado).


2) CRIME PASSIONAL

As marcas de tortura no corpo de Oriton mostram a crueldade e o sangue frio dos criminosos. No local foram encontrados uma corda a uma faca. Seu cadáver estava ao pé de uma árvore com uma marca de corte no pescoço feito com objeto cortante. O fato dos dois corpos terem sido encontrados nus (Oriton estava seminu) e com marca de um tiro na cabeça (em Oriton foi disparado na testa e em Adinalva na face) demonstra humilhação das vítimas, segundo análise policial. Assim, em caso de crime passional, o mesmo foi executado com sentimento de vingança e de punição. A policia também trabalhou na hipótese da cena do crime ter sido montada (com a moto da secretária tendo sido levada na caminhonete). Entretanto o local do crime se apresentava pisoteado e com mato macerado como se pessoas tivessem praticado alguma ação alí.
A polícia ouviu tanto o marido de Adinalva quanto a esposa de Oriton e tirou suas conclusões sobre a situação de ambos. Onério, o marido da secretária, foi considerado como, praticamente, um insuspeito. Para os investigadores ele não demonstra capacidade de formular tal barbaridade. O próprio Onério declarou a reportagem que mantinha um clima de hormonia com sua esposa e que acredita, totalmente, em sua fidelidade.


3) ACERTO DE CONTAS COM O SUBMUNDO

O crime também leva para suspeita de ação do submundo da criminalidade.
Oriton poderia estar usando os serviços da secretária para uma espécie de contabilidade e, ao irem de encontro a seus algozes, foram executados por não cumprirem com a parte que lhes cabia.


LINHA DE RACIOCÍNIO:

1- Oriton era empresário (o que leva a problemas financeiros e com os negócios);

2- Crimes de execução acontecem com freqüência;

3- há um antigo ditado popular que diz que toda questão envolve “BARRA DE OURO (dinheiro) OU BARRA DE SAIA (mulher) OU BARRA DE COBRE (terra)”.

4- Hoje em dia acrescenta-se mais um tipo de problema na questão: O TÓXICO.


ESPECULAÇÕES SOBRE O CRIME:

1- Oriton e Adinalva poderiam estar juntos em algum fato, fizeram compromisso e não resolveram;

2- Oriton poderia estar envolvido em algum esquema obscuro e Adinalva estava junto na hora e no local errado e foi executada como queima de arquivo;

3- Oriton e Adinalva mantinham um caso amoroso e foram executados por vingança de um dos seus cônjuges;

4- Oriton e Adinalva foram vítimas de assaltantes de passagem pela cidade;

5- Oriton e Adinalva foram vítimas de queima de arquivo.


Mesmo com toda essa linha de raciocínio, a polícia deixa claro que só trabalha e tem condições de investigar a partir de informações.

INVESTIGAÇÃO
O caso começou a ser apurado pela Polícia Civil de Jataí e passou para a DEIC (Delegacia Estadual de Investigações Criminais) em Goiânia. Houve críticas a essa transferência pelo fato da delegacia investigadora estar a 320 km do local investigado.  




Reportagem: Sérgio Torres
Fotos: repórter policial Valdison Borges (publicadas, originalmente, no site da Rádio Difusora de Jataí)

Empresário e secretária são encontrados executados



Imagem: montagem com fotos captadas em pesquisa na internet



AS VIDAS DE ORITON E ADINALVA, PATRÃO E FUNCIONÁRIA, TIVERAM UM DESFECHO TRÁGICO. O QUE TERIA ACONTECIDO?



     Empresário e secretária são encontrados mortos em matagal      

     A polícia encontrou nesta terça-feira, 28 de abril, os corpos do empresário Oriton Souza Cardoso, de 37 anos, e da secretária dele, Adinalva Souza Dias, de 25. Os dois estavam desaparecidos desde a manhã de sábado, dia 25, depois de terem saídos da empresa em que trabalhavam, na Av. Said Abdalla, na Vila Paraíso, em Jataí.

     De acordo com o comandante do 14º CRPM e 15º BPM, coronel Ednilson Nicolau dos Santos, o piloto de uma aeronave que fazia pulverização de uma lavoura de sorgo avistou o veículo do empresário, uma caminhonete F-250, prata, placa de Jataí, numa mata ao lado da lavoura de sorgo Fazenda Ariranha, localizada às margens da BR-364, em frente ao trevo de acesso a GO-184, e acionou a polícia ligando para o serviço de Emergência 190. A moto Honda Biz 125, preta, de propriedade da secretária, também foi localizada a alguns metros da caminhonete.

     Assim que confirmou o encontro dos veículos a PM informou a Polícia Civil. Primeiro foi encontrado o corpo de Oriton, que estava a cerca de 40 metros da caminhonete, dentro da mata, logo em seguida foi encontrado o corpo da secretária, a cerca de 150 metros do cadáver do empresário. No local, a polícia encontrou cordas e uma faca. Os dois corpos foram encontrados em avançado estado de putrefação o que leva a polícia a acreditar que eles tenham sido mortos, provavelmente no mesmo dia do desaparecimento. Comunicados familiares compareceram ao local e fizeram o reconhecimento dos corpos.

     Como nenhum objeto de valor foi levado das vitimas, a policia, em tese, descarta a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). Cheques, documentos, objetos pessoais e as roupas do empresário e da secretária também foram encontrados no cenário fatídico.
     Conforme o delegado Regional da Polícia Civil, doutor Carlos Raimundo Lucas Batista, a polícia suspeita de execução e investiga várias hipóteses para o crime. Uma equipe da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) também está em Jataí e colabora nas investigações. Desde segunda-feira, equipes do GRAER da PM e do GT-3 da Polícia Civil colaboravam no trabalho de buscas por meio de patrulhamento aéreo no município e adjacências.


As vítimas foram assassinadas com tiros na cabeça

     Após os primeiros levantamentos periciais os corpos foram levados pelo IML até o Cemitério Jardim Bom Pastor, onde foi realizada a necrópcia, pelo medido legista Wilson de Lima Filho, do IML de Jataí. Acompanhamos “in loco” o trabalho necropsial e ao final ouvimos o medico que nos esclareceu o ficou constatado. Segundo o médico, as vítimas foram mortas com um tiro na cabeça, cada. O corpo do empresário também apresentava, no pescoço, uma lesão perfuro-cortante, provocada por arma branca.
     No início da madrugada de hoje (29), a urna com o corpo do empresário Oriton Souza Cardoso, foi levada pelo IML, à Goiânia, onde, através de ráio-x, na sede do Instituto Médico Legal, foi encontrado o projétil de arma de fogo no crânio do empresário.

Reportagem: repórter policial Valdison Borges (publicada, originalmente, no site da Rádio Difusora de Jataí)
Data: 29/04/2009








     Polícia ouve famílias de empresário e secretária    
Oriton Cardoso e Adinalva Dias foram encontrados mortos em matagal de Jataí. Eles estavam desaparecidos desde sábado


     Pelo menos três pessoas ligadas ao empresário Oriton Souza Cardoso, de 37 anos, e à secretária dele, Adinalva Souza Dias, de 25, foram ouvidas, ontem, pela Polícia Civil. O casal foi encontrado morto na tarde de terça-feira em um matagal próximo a uma lavoura de sorgo, localizada na Fazenda Ariranha, às margens da BR-364, em Jataí. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic).

     O delegado Douglas Pedrosa, da Deic, ouviu Cyntia Cardoso, mulher de Oriton, e Onério Silva Moraes, marido de Adinalva. O conteúdo dos depoimentos está sendo mantido em sigilo para não atrapalhar as investigações. A terceira pessoa que prestou depoimento seria o sócio de Oriton, mas a informação não foi confirmada pela polícia.

     De acordo com o delegado regional da Polícia Civil, Carlos Raimundo Lucas Batista, a polícia suspeita de execução e motivos passionais, mas também investiga outras hipóteses para o crime. “Estamos colhendo informações, mas sem nenhuma conclusão”, disse o delegado Carlos Batista.

     Conforme o laudo do médico legista Wilson de Lima Filho, cada uma das vítimas foi executada com um tiro na cabeça. O corpo da secretária foi sepultado na noite de terça-feira e o do empresário, ontem de manhã. A família de Oriton fala pouco sobre o assunto. O empresário, proprietário de uma loja de suplementos agrícolas, tinha três filhos de um casamento que durava mais de 15 anos.

     De acordo com o irmão da secretária, Abdias Augusto Dias, de 22, Onério e Adinalva eram casados há 2 anos, mas estavam juntos há 13 anos. Eles não tinham filhos. Abdias não acredita que a irmã, que trabalhava há 5 anos na empresa, e o patrão mantinham um relacionamento amoroso.

     Na madrugada de ontem antes do velório, o corpo do empresário Oriton, foi levado para o Instituto Médico-Legal, em Goiânia, onde exames detectaram uma perfuração de bala no crânio do empresário. O projétil ficou alojado no tórax. O corpo do empresário também apresentava lesão com perfuração no pescoço provavelmente provocada por objeto cortante.

     O casal desapareceu no sábado. Oriton teria saído às 10h20 da loja e Adinalva, que fechou o estabelecimento, 20 minutos depois. Onério Moraes fez boletim de ocorrência na tarde de domingo para informar o sumiço da mulher. A família de Adinalva chegou a suspeitar que ela estaria grávida de três meses. O médico legista Wilson de Lima Filho desmentiu a gravidez.

     A polícia investiga se as vítimas foram executadas em outro lugar e jogadas no matagal. Como nenhum objeto de valor foi levado do empresário e da secretária, os policiais descartam a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). Cheques, documentos, objetos pessoais e as roupas das duas vítimas foram encontrados no interior da caminhonete Ford-250, com placa NKA-3433.


Reportagem: Douglas Torraca (publicada, originalmente, no jornal O Popular, de Goiânia)
Data: 30/04/2009